terça-feira, 1 de setembro de 2009

Melô da dogmática penal



Não Vou Me Adaptar

Titãs 

Composição: Arnaldo Antunes

Eu não caibo mais
Nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais
A casa de alegria
Os anos se passaram
Enquanto eu dormia
E quem eu queria bem
Me esquecia...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Eu não tenho mais
A cara que eu tinha
No espelho essa cara
Não é minha
Mas é que quando
Eu me toquei
Achei tão estranho
A minha barba estava
Desse tamanho...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Não vou!
Me adaptar! Me adaptar!
Não vou! Me adaptar!
Não vou! Me adaptar!...

8 comentários:

Moysés Neto disse...

hahahahahaha

ótimo!

G.D. disse...

TREMENDA de uma musica.

Faz pensar o quanto esses caras sao MELHORES que sua ex-banda.

Ese adequa perfeitamente a um neo-abolicionista como tu!

Pandolfo disse...

Ótima música, realmente.

Marcelo Mayora disse...

Esse dvd é o que de melhor se produziu no Brasil nos últimos tempos. Assisti ao show no anfiteatro da UFRGS por um alimento não-perecível. Bom demais, Arnaldo Antunes é foda.

Gostei dessa de ser neo-abolicionista, posso ser também. Faz sucesso com os brotinhos? É necessário ter cavanhaque?

Pandolfo disse...

"Eu não sou da sua rua
eu não sou o seu vizinho
eu moro muito longe sozinho..."

--

Mayora, acho que não precisa usar cavanha, mas tem que tirar a gravata. hehehe...

Gabi disse...

Não se adapte, por favor!

Uma possibilidade é cantar
Cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Cantar para aquelas pessoas de alma bem pequena
Que ficam remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Cantar para os que veem a luz
Mas não iluminam suas minicertezas
Para os que vivem contando dinheiro
E não mudam quando é lua cheia
Cantar para quem não sabe amar
E para quem fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho

O negócio é cantar e pedir piedade
Pra essa gente careta e covarde
Cantar para espantar os males e os malas
Cantar para atrair o bem
Cantar a beleza da vida, o amor
E as dores
Cantar para os Outros e para nós
Para os normais e anormais
Para os a favor e os anti-tudo
Para os que condenam
Para os que julgam
Para as senhoras, os senhores
As senhoritas e os loucos
Para os certinhos e os manés
Para os que estão perdidos
Para os que nunca vão se encontrar
Para aqueles que são fracos
Que estão no mundo e perderam a viagem
Para os que acreditam que sabem tudo
Para os que sabem que não sabem nada

Podemos cantar sem precisar seguir a canção
Podemos pensar diferente
O diferente
Podemos errar
Exagerar
Podemos ser humanos
Ou não ser
Não precisamos nos adaptar
Somos livres
Ainda que só no pensamento
Ou no sonho
Podemos inventar novas músicas
Ultrapassar
Construir novos sentidos
Novos horizontes
Melhor transformar o tédio em melodia, não?!

Que bom não caber mais nas roupas velhas
Que bom ver um rosto novo no espelho
E assim perceber que a mudança existe
E que mesmo que alguns nos esqueçam
A vida breve não esquece de passar
E não nos espera
Mas sempre tem alguém ali
Ou aqui
Que te escuta
Até mesmo quando você nada diz
Porque ainda que em silêncio
Jamais estamos calados
E, sendo assim, quando ouvimos algo que ninguém disse
Pode ser que seja a nossa própria voz
Ou algum veneno antimonotonia
Ou pode ser que seja a bebida
Mas não precisamos (ou não devemos)
Mais afastar os cálices
Precisamos do encontro
Das palavras
Dos gritos
Podemos dizer sim
E dizer não
Mas nunca simplesmente nos adaptar

Estou contigo
Dani!
Porque eu também vou continuar cantando
Que não vou
Não vou me adaptar!

Beijo,
Gabi.

Caio disse...

Assisti um tremendo show do Arnaldo Antunes ontem aqui em minha cidade (Boa Esperança-MG).

Lembrei desse seu post. hahaha!

eu disse...

Muito, muito bom! Com o acrescimo do comentario de Gabi, então ..ficou maravilhoso..bom saber que ainda existe vida inteligente na Net..parabens.