sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Conferências - Prof. Dr. Lode Walgrave - dia 29.09

Caras amigas e amigos,

por meio de parceria entre a Escola Superior de Advocacia da OAB/RS, a Comissão Especial de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/RS e o Instituto de Criminologia e Alteridade (ICA), divulgamos as conferências do Prof. Dr. Lode Walgrave (U.K.Leuven/Bélgica), que serão realizadas no auditório da nova sede da OAB/RS no dia 29/09, das 9h ás 12 e das 14h às 17h.

Trata-se de uma das maiores autoridades mundiais sobre o tema da Justiça Restaurativa, e certamente é uma oportunidade imperdível para aqueles que se interessam pelo assunto.

Inscrições e informações: vide folder.

Vagas limitadas!






















I International Conference on Restorative Justice
Prof. Dr. Lode Walgrave (U.K.Leuven/Belgium)
September 29, at 9am-12am and 2pm-5pm. 

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

44ª Semana Acadêmica de Estudos Jurídicos e Sociais da UFPEL.



















Além de muito rica, a programação é também bastante extensa, motivo pelo qual coloco aqui apenas os painéis que dizem respeito à área criminal. A grade completa pode ser conferida no site http://www.cafv-ufpel.com/

Vale registrar que não é qualquer evento que chega na sua 44ª edição! Agradeço pelo convite e parabénizo, na pessoa da Iuscia, o pessoal do Centro Acadêmico Ferreira Viana - UFPEL!


Programação:

NOITE – 19H30 – Painel

Há justiça na prisão? Reflexões sobre o Sistema Penitenciário Brasileiro.

Luis Antônio Bogo Chies - Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del Museo Social Argentino e em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Adjunto III da Universidade Católica de Pelotas e Membro do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça.

Rodrigo Puggina - Assessor do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público Estadual; Membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Rio Grande do Sul - subcomissão para questões Prisionais e Infracionais.


02/10 – Sexta-feira

NOITE – 19H30 – Painel

Os desafios para a implementação da Justiça Restaurativa no Brasil.

Daniel Achutti - Advogado criminalista. Mestre e Doutorando em Ciências Criminais (PUCRS). Professor de Direito Penal (FACOS) e de Direito Processual Penal (Fac. Dom Alberto). Membro da Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/RS. Conselheiro do Instituto de Criminologia e Alteridade (ICA).

Raffaella Pallamolla - Advogada criminalista. Mestre em Criminologia e Execução Penal e Doutoranda em Direito Público pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB). Professora de Direito Penal na FACENSA. Membro da Comissão Especial de Práticas Restaurativas e Mediação da OAB/RS. Conselheira do Instituto de Criminologia e Alteridade (ICA).

Vera Lúcia Deboni - Juíza substituta da entrância final. Juizado da Infância e Juventude. Projeto Justiça Instantânea.

Inscrições: Das 9h às 11h e das 19h às 21h, no saguão da Faculdade de Direito.

Investimento de R$ 25,00.

domingo, 20 de setembro de 2009

De faringites, desgostos e tradicionalismos.

Como diria o terrível Pan, uma espécie de vazio cheio de algo tomou conta da minha criatividade bloguiana (que já não é grande coisa), e não sei se por conta de 3 eventos paralelos que estou tentando organizar, das aulas que tenho que lecionar e assistir, do paper (mais do que) atrasado que tenho que entregar pro Salo, ou se por causa de uma maldita faringite que me derrubou já no sábado de manhã - realmente não sei o motivo, mas que há algo aí, eu sei que há: disso, tenho certeza...
Evento de JR com inscrições esgotadas, prazo do paper ultra-esgotado, aulas me esgotando, minha saúde recém melhorando e o tempo me atropelando na tentativa temporal da sobrevivência... Como diria uma sábia amiga minha, "melhor levar a vida pra ela não me levar."  Majestosa sabedoria! Portanto, vamos levando. Amanhã, dia cheio em Lajeado, aula depois em Santa Cruz e volta na madrugada; terça, quarta e quinta, mais aulas e evento em Osório; sexta ainda não sei o que vai rolar, mas provavelmente logo estará aí... achei estranha uma comunidade dessas virtuais, cuja ideia é "Chega logo sexta-feira!". De duas, uma: ou as pessoas não sabem que não vivemos só de sextas-feiras (e finais de semana), ou querem mais é que o tempo passe rápido, para que vivam mais rápido ainda e, quem sabe, possam descansar eternamente logo de uma vez... ou outra opção que não me veio à cabeça, sei lá, mas juro que senti um certo mal-estar quando vi essa tal comunidade, e ela me fez perceber que o erro não tá em querer viver só de sextas-feiras, mas que negligenciamos o potencial dos dias "úteis" (aliás, classificação interessante essa de dias úteis x dias inúteis: pode até ser que servisse na sociedade do trabalho, mas logicamente não serve mais na do consumo, quando a lógica se inverte e a preferência da utilidade é justamente pelos sábados e domingos - ou por todos os dias, para ser mais honesto, mas enfim...). Negligenciar os dias inúteis é um tanto estranho pra mim, tenho que admitir, mas esse é outro assunto, já que agora tá tocando Grace Jones e sua mais-do-que-clássica versão de "La Vie en Rose" - ou melhor: a mais-do-que-clássica versão pra quem ouvia Continental FM, pois clássico por clássico, sou mais a versão da Edith...
Hoje era feriado, não? Parece que sim, e em meio à indiferença que sinto por essa coisa de tradicionalismo gaúcho, deparei-me com (mais) um excelente post da Marjorie sobre o assunto e, agora, vi que o Salo também escreveu algo a respeito... menos mal: dormirei mais tranquilo sabendo que não sou o único que não idolatra esse monte de invenções que dizem ser tradições. E em meio ao feriado que festeja uma guerra na qual saímos perdedores, encerrarei o dia homenageando todos os tradicionalistas, deixando-me envolver por Ediths, Graces, Beckers, Haywards e Faringites, e dormirei sob os efeitos de uma droga qualquer, pra ver se o mundo se apresenta melhor pra mim amanhã... Falou!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

I Seminário Interdisciplinar de Justiça Restaurativa

Inscrições encerradas!

(1st Interdisciplinary Seminar on Restorative Justice)






























(clique no folder para ampliar)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobre racionalismos, criminologias e dogmática penal.


"O próprio do acontecimento é que ele se dá de maneira inesperada, o que torna bem difícil sua percepção por uma lógica linear, a partir de um causalismo unívoco." MAFFESOLI, Michel. Elogio da Razão Sensível. RJ: Vozes, 1998, p. 57.

Essa frase resume bem o que atravessa, por enquanto, a temática central do meu paper da disciplina do Salo: ao buscar alguma ideia para discorrer sobre criminologia cultural, a pertinência da crítica de Maffesoli à razão abstrata que dominou a modernidade é um ponto absurdamente próximo àquele que, na criminologia, muito me interessa.
Em determinado momento de seu livro, o autor destaca algo que há muito eu gostaria de dizer mas que, no entanto, ainda não tinha me aventurado a tentar: "a representação foi, em todos os domínios, a palavra mágica da modernidade." (1998, p. 19)
Eis aí algo que me deu o que pensar: em termos de representação, a falência do atual modelo de justiça criminal estava desde o início decretada: local por excelência de puras, simples e alucinadas representações (pra lembrar um termo pandolfiano), em que o afastamento do não-racional é defendido a todo custo em nome de uma pretensa isenção metodológica, não haveria lugar para o imaginário, para o imprevisível, para a desordem e a efervescência, para uma "topografia da incerteza" ou para o trágico. Calcada em uma literatura com "tom de anteontem", nega justamente um aspecto inseparável do humano: a sua animalidade. Representado na figura bíblica da criação feita à imagem e semelhança de seu criador (Deus), o humano não teria permissão para não ser perfeito, dado que possui seu incontestável livre-arbítrio em perfeito estado e, uma vez que racional, poderia optar por não percorrer o trajeto criminoso.
A racionalidade abstrata que fundamenta e justifica o direito penal, hoje, é possível apenas desde uma criminologia que esteja arraigada, ainda, em pressupostos modernos (ou até mesmo em alguns ainda mais mofados): a partir da crença em um humano apto a discernir racional e conscientemente entre uma conduta lícita e outra ilícita, evidente que a causa do crime só pode estar no próprio criminoso, e em nenhum outro lugar: apesar das valiosas contribuições da criminologia da reação social, ainda não somos capazes de perceber o crime na sua inteireza e em toda a sua intensidade. Ao passo que nego a complexidade da vida e assumo a absoluta simplicidade ao falar de "conduta humana (racional e consciente) típica, ilícita e culpável", afasto a vida justamente naquilo que ela é: complexa, caótica, não-racional, inexplicável, trágica, humana...
Ao opor apresentação à representação, Maffesoli destaca que aquela "se contenta em deixar ser aquilo que é, e se empenha em fazer sobressair a riqueza, o dinamismo e a vitalidade deste 'mundo-aí'." (1988, p. 20) Para o autor, "a apresentação sublinha que não se pode jamais esvaziar totalmente um fenômeno, isto é, qualquer coisa de empírico, de empiricamente vivido, através de uma simples crítica racional." (p. 20) Tal "deixar-ser" não implicaria, segundo ele, em "um 'deixar-correr' intelectual. Pelo contrário, ela requer uma ascese, a de não se fazer o jogo do demiurgo que manipula, ao seu bel-prazer, aquilo que convida a ser visto, em favor daquilo que se desejaria que fosse." A apresentação seria, em síntese, "mais escrava do que senhora da realidade social ou natural" (p. 20), ou seja: saberia "integrar, em doses variáveis, o zelo estético no próprio seio da progressão intelectual." (p. 21)
Quem sabe assim possamos, mesmo que timidamente, começar a abandonar as malditas concepções positivistas para buscar não só uma outra linguagem, mas uma outra percepção das principais questões criminológicas...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Melô da dogmática penal



Não Vou Me Adaptar

Titãs 

Composição: Arnaldo Antunes

Eu não caibo mais
Nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais
A casa de alegria
Os anos se passaram
Enquanto eu dormia
E quem eu queria bem
Me esquecia...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Eu não tenho mais
A cara que eu tinha
No espelho essa cara
Não é minha
Mas é que quando
Eu me toquei
Achei tão estranho
A minha barba estava
Desse tamanho...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Não vou!
Me adaptar! Me adaptar!
Não vou! Me adaptar!
Não vou! Me adaptar!...