terça-feira, 17 de junho de 2008

O Não-Lugar da Exclusão

É engraçada a tentativa de vínculo entre movimentos sociais e criminalidade que esse jornaleco tenta fazer... impressiona a infantilidade na forma de aborgadem (causa e efeito).
Será mesmo infantilidade? Acho que eles são é muito vivos, isso sim...

Algumas observações
:
(a) tudo feito sem a presença de advogado, claro! Não sou corporativista, mas é patético achar que a presença de juízes e promotores serve como garantia de que a coisa será feita da melhor forma possível. O advogado também não garante muita coisa, mas pelo menos está, assumidamente, ao lado dessas pessoas e em condições de defender os direitos de seus assistidos. A notícia de que a juíza que prolatou a decisão esteve por lá, conversando com os integrantes do movimento, é verdadeiramente um alento! Tomara que essa sensibilidade consiga se expandir para outras/os magistradas/os, para que compreendam a função eminentemente humana que exercem. E que sirva também aos promotores e advogados, lógico;
(b) não estou contestando a decisão judicial, que mandou retirar as pessoas daquele lugar. Não estou falando disso! Estou querendo enfatizar a postura absolutamente patética da reportagem. Ainda que simpatize com praticamente todos os movimentos sociais, não desconheço que pecam em alguns sentidos...
(c) o último parágrafo da reportagem me causa calafrios toda vez que o (re)leio... esse tipo de abordagem não beneficia nem o dono das terras! Evidente que parece uma reportagem comprada, daquelas encomendadas, tamanho o desprezo pela inteligência de um leitor mais atento... mas em se tratando de mídia, e de mídia de amplo alcance como o jornaleco em questão, parece mais um caso de absoluto despreparo jornalístico...
(d) pelo fato dos movimentos sociais não possuírem reconhecimento jurídico, eles só conseguem isso mesmo: a porrada do direito, e de preferência do direito penal... repito: não estou falando dessa ou daquela decisão, mas do ordenamento jurídico como um todo! Uma pena que seja mais um grave e complexo problema social que recebe esse escamoteamento público... sempre o bendito (ou seria maldito?) direito penal que acaba sendo chamado pra "resolver" essas coisas... Eu tenho é pena dessa sociedade das penas...

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