quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Advogados Sem Fronteiras







Interessante ONG, que trabalha na tentativa de promoção, quando possível, dos direitos humanos e do acesso à justiça.

Endereço: http://asfbrasil.wordpress.com/


ADVOGADOS SEM FRONTEIRAS (ASF – Avocats Sans Frontières) é uma organização internacional não-governamental sem fins lucrativos composta principalmente por advogados e juristas, mas aberta a qualquer pessoa interessada, que tem por missão contribuir de modo independente para a realização de uma sociedade justa e equitativa, em que o direito e suas instituições estejam a serviço dos grupos mais vulneráveis da sociedade.
A nível local e internacional, Advogados Sem Fronteiras objetiva:
- Prestar assistência jurídica efetiva e eficaz para os grupos mais vulneráveis da sociedade em diferentes países e contribuir para a consecução de um sistema jurídico que seja capaz de proteger eficientemente esses grupos.
- Promover o respeito pelos direitos humanos e, em especial, o direito à defesa e a um julgamento justo, atuando em jurisdições locais, regionais e internacionais (como Tribunal Penal Internacional e Comissão/Corte Interamericana de Direitos Humanos).
- Promover a responsabilidade e a responsabilização dos agentes públicos e privados na esfera social e econômica, incluindo a luta contra a impunidade de crimes internacionais contra a humanidade.
- Trabalhar para reduzir a pobreza através do acesso das pessoas à justiça social, no espírito de uma redistribuição internacional de recursos e competências.
A “Rede Internacional Avocats Sans Frontières“, da qual ASF-Brasil é fundadora, é composta por ASF Brasil, ASF Camarões, ASF França, ASF Guiné (Conakry), ASF Holanda, ASF Itália, ASF Mali, ASF Mauritânia, ASF Suécia e ASF Suíça. São ainda organizações “Avocats Sans Frontières” ASF Bélgica, a fundadora do movimento, com sede em Bruxelas, e ASF Canadá.
A seção brasileira, pioneira na América Latina, e projetos em outros países, incluindo a Guiné-Bissau, estão em fase de organização.

Advogados Sem Fronteiras – ASF-Brasil

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ficção?! - notas sobre educação (I)




O que mais me impressiona no Pink Floyd é a atualidade das questões apresentadas em algumas músicas e clips. Claro que, neste momento, falo apenas dessa música, mas poderia falar de muitas outras com tranquilidade.
A aversão à poesia (não-ciência), a necessidade professoral de manter o uniforme impecável (engravatadamente, claro), o rigor em sala de aula, dentre outras características possíveis, apontam para um modo de educar que ainda predomina a mente de muitos educadores: a imagem é tudo, o que não for científico não tem validade, a arte é apenas arte (e, portanto, não pode ter valor científico) e se não formos extremamente rigorosos, provavelmente perderemos o controle da turma e a "proposta pedagógica" terá ido por água abaixo.
Arte não é ciência; alunos são só alunos; o professor é o único capaz de pensar e, portanto, deve professar a verdade; e a manutenção desse ciclo é uma obrigação. Do contrário, e perderemos o controle.
Sempre ele: o controle. A pretensão de dizer a verdade professa, talvez, o nosso maior temor: o de que podemos estar não mais a dizer a verdade, mas apenas a repetir aquilo que ouvimos anos atrás sem sequer questionar o monte de baboseira que ouvimos. Seguidamente escutamos em universidades afora: "está cada vez mais difícil: ou somos mais rigorosos, ou perderemos o controle da turma."
O mais engraçado, no entanto, é que todas as vezes - e vale frisar aqui a palavra todas - em que uma crise se apresenta em sala de aula, a única solução possível é o aumento do rigor - desde 1910! Ou antes, claro, mas usei essa data simbólica apenas para mostrar que há pelo menos UM SÉCULO que o papo é sempre o mesmo: ou a educação será viável por meio do rigor, ou dificilmente será possível.
Traduzindo: ou impomos medo nos alunos, ou nada alcançaremos.
Recuso-me a trabalhar com um instrumento como o medo. Pago o preço de aprovar alunos e alunas que sequer entendem o que falo, mas não o utilizarei como instrumento pedagógico.
Não sou o melhor educador do mundo, mas sei que dessa forma não formarei pessoas, mas idiotas. Não contem comigo para isso.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

The Stranger

It is always interesting, even in the prisoner’s dock, to hear oneself being talked about. And certainly in the speeches of my lawyer and the prosecuting counsel a great deal was said about me; more, in fact, about me personally than about my crime. Really there wasn’t any very great difference between the two speeches. Counsel for the defense raised his arms to heaven and pleaded guilty, but with extenuating circumstances. The Prosecutor made similar gestures; he agreed that I was guilty, but denied extenuating circumstances. One thing about this phase of the trial was rather irksome. Quite often, interested as I was in what they had to say, I was tempted to put in a word, myself. But my lawyer had advised me not to. “You won’t do your case any good by talking,” he had warned me. In fact, there seemed to be a conspiracy to exclude me from the proceedings. I wasn’t to have any say and my fate was to be decided out of hand. It was quite an effort at times for me to refrain from cutting them all short, and saying: “But, damn it all, who’s on trial in this court, I’d like to know? It’s a serious matter for a man, being accused of murder. And I've something really important to tell you.

CAMUS, A. (1946) The Stranger. Translation: Stuart Gilbert. New York: Vintage Books, p. 102.